DA SERRA DA ARRÁBIDA. Frei Agostinho da Cruz (1540-1619)

 
convento-da-arrabida-lorenzo-del-termino-2016-3

Convento de la Arrábida

[Foto: Lorenzo del Término]

 

«Escritor de cariz manierista, compuso una variada obra lírica que testimonia el dramático conflicto entre el pecador, afligido por el remordimiento, y el hombre guiado por una profunda saudade do céu, que más se aviva y consolida en contacto con la naturaleza exuberante de la Sierra de la Arrábida (encarnación terrena de lo divino), indisociable de su vida y de su poesía.

»En el conjunto de ésta, merecen destacarse los sonetos y las elegías…»

 

convento-da-arrabida-lorenzo-del-termino-2016-4

 

DA SERRA DA ARRÁBIDA

Frei Agostinho da Cruz

(1540-1619)

   Do meio desta Serra derramando
A saudosa vista nas salgadas
Águas humildes, quando e quando inchadas,
Conforme o vário vento vai soprando,

   Estou comigo só considerando,
Donde foram parar coisas pasadas,
E donde irão presentes mal fundadas,
Pois pelos mesmos passos vão pasando.

   Oh qual se representa nesta parte
Aquela derradeira hora de vida
Tão devida, tão certa e tão incerta!

   Em quantas tristes partes se reparte,
Dentro nest’alma minha entristecida,
A dor, que em tais extremos me desperta!

 

[ANTÓNIO MATEUS e DANIEL PIRES.

A Serra da Arrábida na Poesía Portuguesa.

Ed. Centro de Estudos Bocageanos.

Setúbal, 2014.

Págs. 21 y 23]

convento-da-arrabida-lorenzo-del-termino-2016-1

Eremitorio arrábido

[Foto: L. del T. 2016]

 

Post a comment.