ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA (1923-2010): MOIMENTO/MONUMENTO (1949). Con traducción al español y fotos del «Hospital das bonecas» de Lisboa. Lauro Gandul Verdún (2017)

 
 
 

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Puseram a bandeira a meia-haste
E decretaram luto na cidade,
Responsos, coroas, cirios — quanto baste
Para iludir a eternidade.

Teve o nome nas ruas, em moimentos:
«Nasceu — morreu — tantos de tal — Poeta».
Houve discursos graves, longos, lentos.
— Venham todos os ventos
Do planeta —

Rasguem bandeiras, sequem flores; no céu
Se percam orações, paters e glórias
— Tudo isso é dor que não lhe pertenceu —
Destruam as estátuas e as memorias;
Que os discursos inúteis vão dispersos…

— A homenagem a um Poeta que morreu
É decorar-lhe os versos!

28 Setembro 49

 
 

[ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA (1923-2010).
As Folhas de Poesia Távola Redonda
(Boletim  Cultural VI SÉRIE-N.º 11-Outubro de 1988).
Ed. Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas
da Fundação Calouste Gulbenkian.
Lisboa 1988.
Pág. 9]

 
 
 

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Pusieron la bandera a media asta
Y decretaron luto en la ciudad,
Responsos, coronas, cirios — cuanto basta
Para eludir la eternidad.

Tuvo su nombre en las calles, en mausoleos:
«Nació — murió — a tantos de tal — Poeta».
Hubo discursos graves, largos, lentos.
— ¡Vengan todos los vientos
Del planeta!

Rasguen banderas, sequen flores; en el cielo
Se pierdan oraciones, padrenuestros y glorias
— Todo eso es dolor que no le perteneció —
Destruyan las estatuas y las memorias;
Que los discursos inútiles van dispersos…

— ¡El homenaje a un Poeta que murió
Es recordar sus versos!

28 de septiembre del 49

[Traducción al español:

Lauro Gandul Verdún (2017)]

 
 
 

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